Andava ele na rua, estava chovendo forte, as gotas não deixavam com que
ele visse nitidamente seu reflexo nas poças formadas rente ao meio fio. Naquele dia nem preto nem branco, ele não gostou do seu reflexo, não gostou da sua descrição, não gostou do que viu no espelho trincado. Achou a solução, camuflou-se com mentiras, camuflou-se com um saco de palavras, de virgulas de pontos e finais que nada dele tinham. A principio foi bom, mais depois não havia mais sentido em tudo aquilo, mais o circulo vicioso estava formado, não havia escapatória. Uma farsa entrelaçada na outra fazia com que os tropeços no barbante das mentiras, fizessem constantes. Foi então, que depois de muitos invernos o outono chegou. As folhas das inconstantes caducifólias insistiam em cair. Ele respirou fundo, precisava se livrar de todo aquele personagem obscuro. Rasgou em incontáveis pedaços a mascara que cobria seu rosto, desenrolou o barbante farsante, e resolveu ser quem realmente era. O sol raiou alto no céu, enquanto o vento carregava as folhas que no chão caídas estavam.
...
Há 10 anos
2 comentários:
E finalmente ele pode ser ele mesmo.
"As folhas das inconstantes caducifólias insistiam em cair."
Não esperava por essa :xx
Cuurti muito :D
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