Naquele dia parecia que ela estava cansada demais para fazer qualquer coisa que exigisse o mínimo esforço. Queria ser deixada de lado, quieta no canto dela, sem que ninguém a encomodasse, sem que ninguém soubesse que ela existia.
Ela acompanhada do seu corpo saiu para dar uma volta, sentiu a brisa do verão varrer a pele daquele corpo, que não era nada sem ela, apenas matéria. Continuaram a andar pela calçada de pedras da rua onde morava a matéria e a essência. Para os que vissem de fora era impossível perceber qual delas estava exaurida de tanto lutar, de tanto ser quem realmente é. Após a caminhada chegaram em casa, as duas juntas é claro. O sofá da sala parecia tão atraente, seria ali mesmo que iriam se esparramar. Mas, era o limite dela, da Vida, que deu seu ultimo sopro, deixando a Matéria ali, só, condenada ao nada sem sua compania. Condenada ao silêncio mortal do exausto abandono.
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Há 10 anos
1 comentários:
muito perfeito seu texto...
lindo!!
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