Nós vamos acreditando que somos feitos de ferro mas de vez enquanto o vento sopra forte só pra lembrar que somos feitos mesmo é de papel. Conforme o vento sobra e nos carrega, planamos sobre nossos medos, incertezas, desatinos, reflexões. Somos carregados vez ou outra de modo bruto demais... De vez enquando acabamos rasgando. O problema é que papel rasgado nunca mais é o mesmo, por mais que se remende. Outrora com o vento vem também a chuva, nos molhando, nos amolecendo, nos ''inutilizando''. Aí vem o sol com todos os seus raios de suposta bonança que nos secam. Mas papel seco não é a mesma coisa, fica enrugado, franzino, franzido. Enfim, no final somos nada mais que uma página outrora em branco, outrora lisa e sem marcas. Aí passa o tempo, aí passa o vento e o que restam são as marcas da sua passagem. Cabe saber se os traços, letras, versos e estrofes serão bons o suficiente para esconder os efeitos dos sopros de tempo.

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Não há sentido em decifrar o que há dentro de cada um. Cada cenário diz respeito apenas ao ator que o utiliza como meio de brilhar, imaginar, como ferramenta para existir dento de si.

Aline Ribeiro Cunha.

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"O coração da mulher é assim; parece feito de palha, incendeia-se com facilidade, produz muita fumaça, mas em cinco minutos é tudo cinza que o mais leve sopro espalha e desvanece." Manuel Antônio de Almeida

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