‘Quanto tempo’! Falei ao faceá-la inesperadamente, afinal há muito tempo minha velha amiga se fazia ausente... Era obvio que eu não queria evidenciar meu estarrecimento... Não queria expor minha satisfação ao presenciar seu espírito enaltecedor. Meu coração pulsava euforicamente chegando a descompassar entre um e outro suspiro. Era uma sensação indescritivelmente magnífica, faltava-me não só o ar, mas também a partitura que regia minha sinfonia. Era bem provável que vez ou outra ficava evidente a sinestesia doce e melódica que sua presença causava em meu pacato ser. Confesso que os momentos ali, com ela compartilhados, fizeram meus olhos brilharem verdadeiramente, fizeram meus pés desfalecerem sob um chão que num piscar de olhos se assemelhou a mais volátil núnvem vagante. Finalmente todo o ‘clichesismo’ romântico e sentimental se fazia válido a mim. Foi então que me entreguei de corpo e alma a ela. Distensionei os grilões que me limitavam. Libertei-me, passei então a viver essencialmente. Nunca mais esquecerei o dia em que você Inspiração iluminou minha vida que até então se fazia dissonância amarga e incoerente. Fico agora com a euforia de quem encontrou o mais doce perfume nas pétalas de uma rosa qualquer. A vida não mais em preto e branco enxergarei, pois terei você ao meu lado, presente durante todos os meus versos, estrofes e poemas, durante todas as estonteantes letras do meu viver.
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Há 10 anos
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