Era meia noite de sábado, eu aguardava no meu velho salão que mais parecia cenário de filme de terror: uma cadeira bamba, carcomida por cupins, janelas ruidosas emolduradas por cortinas bordadas por teias de aranhas. Lá fora, chuva torrencial seguidas por trovões. Meu coração, gélido, esperava por você. Os segundos eram lentos comparados a meu ritmo cardíaco. É chegada a hora clímax: você, e sua perfeição incompreensível adentram o salão sombrio. Você grita meu nome, “Melanie!”. Eu tinha certeza que você viria, afinal, era louco por mim. Toco pela última vez seus lábios de mel com um beijo venenosamente suave, em seguida, rogo-lhe meu feitiço. Seus olhos cor de água marinha estreitam-se, um ruído incompreensível sai do fundo de seus pulmões. Deixo agora a missão em suas mãos.
“Não sei o que aconteceu comigo, só me recordo que a partir daquele sábado chuvoso não sou mais o mesmo. Sinto em abandonar vocês, que tanto me amaram, mas lutar contra o amor é burrice. Sinto que Melanie é a mulher da minha vida, e agora preciso de um tempo só com ela. Por favor, compreendam-me, com amor, Max.”
Domingo, uma e meia da manhã: o corpo de Max é encontrado pela polícia na beira da estrada que levava ao Salão dos Magori. Alguns dizem que, até hoje, quem passa por ali, pode escutar uma misteriosa risada feminina vinda de algum lugar desconhecido. Já dizia o velho ditado: “Há pessoas que se envolvem com quem não devem, outros se envolvem com quem nunca deveria ter existido”.
...
Há 10 anos